Voto útil
Quanto mais se aproxima o dia das eleições, menos sei em quem vou votar. Cada dia que passa vejo um deserto cada vez maior. Um vazio total de ideias, de visão estratégica, de tudo o que não seja reciclagem de políticos bafientos e comprovadamente inúteis, de tudo o que não seja assegurar jobs for the boys, velhos boys e novos boys, que disso são as jotinhas inesgotável maná. Tudo o que eu vejo é um abismo à frente e o país a olhar para três-ant'ontem enquanto dá largos passos na sua direcção.
Não pensando em votar nos grupúsculos que só formalmente podem ser chamados de partidos, excluo desde logo o CDS, o BE e o PCP, com os quais, por razões de diversa índole, de todo não me identifico. Depois, PSD nem pensar, pois Santana Lopes nem pensar. Resta o PS. Eu confesso: chegou a passar-me pela cabeça votar PS (ai, estou tão arrependido, tão arrependido, vou auto-flagelar-me, vou, sim, prometo, e prometo também que tais pensamentos não voltarão a passar-me pela cabeça, tá bem?). Gostei do Sócrates enquanto ministro do Ambiente, principalmente na questão das águas e da co-incineração e, pese embora o estilo irritante da personagem, achei (já disse que estou arrependido, porra!) que poderia dar um primeiro-ministro minimamente sofrível. Claro que me enganei redondamente. Bastou ele ter começado a abrir a boca na pré-campanha: ele é dizer hoje precisamente o contrário do que dizia há uns meses (benefícios fiscais e GNR no Iraque, por exemplo), ele é comportar-se como se já estivesse eleito, ele é dizer exactamente o contrário do que diz Santana Lopes, mesmo que isso colida com posições anteriormente assumidas, ele é entrar pelo jogo da baixa política (a não aceitação das desculpas do Santana é atitude abaixo de cão). Resumindo e concluindo, José Sócrates conseguiu, nestes últimos dias, abrir-me os olhos.
Restam-me, pois, duas alternativas: votar em branco ou abster-me. Acho que prefiro esta última, por muito que isso custe aos puristas da democracia. É que a percentagem dos "brancos" é residual, tão residual que vem sempre em conjunto com a dos "nulos", enquanto que a da abstenção anda pelos 2 dígitos, coisa que, à partida, só PS e PSD vão conseguir. Provavelmente, vai ser esta a minha forma de voto útil.
Não pensando em votar nos grupúsculos que só formalmente podem ser chamados de partidos, excluo desde logo o CDS, o BE e o PCP, com os quais, por razões de diversa índole, de todo não me identifico. Depois, PSD nem pensar, pois Santana Lopes nem pensar. Resta o PS. Eu confesso: chegou a passar-me pela cabeça votar PS (ai, estou tão arrependido, tão arrependido, vou auto-flagelar-me, vou, sim, prometo, e prometo também que tais pensamentos não voltarão a passar-me pela cabeça, tá bem?). Gostei do Sócrates enquanto ministro do Ambiente, principalmente na questão das águas e da co-incineração e, pese embora o estilo irritante da personagem, achei (já disse que estou arrependido, porra!) que poderia dar um primeiro-ministro minimamente sofrível. Claro que me enganei redondamente. Bastou ele ter começado a abrir a boca na pré-campanha: ele é dizer hoje precisamente o contrário do que dizia há uns meses (benefícios fiscais e GNR no Iraque, por exemplo), ele é comportar-se como se já estivesse eleito, ele é dizer exactamente o contrário do que diz Santana Lopes, mesmo que isso colida com posições anteriormente assumidas, ele é entrar pelo jogo da baixa política (a não aceitação das desculpas do Santana é atitude abaixo de cão). Resumindo e concluindo, José Sócrates conseguiu, nestes últimos dias, abrir-me os olhos.
Restam-me, pois, duas alternativas: votar em branco ou abster-me. Acho que prefiro esta última, por muito que isso custe aos puristas da democracia. É que a percentagem dos "brancos" é residual, tão residual que vem sempre em conjunto com a dos "nulos", enquanto que a da abstenção anda pelos 2 dígitos, coisa que, à partida, só PS e PSD vão conseguir. Provavelmente, vai ser esta a minha forma de voto útil.