TASCA DA ESTAÇÃO

5.10.05

Boas questões

Duas boas questões estão subjacentes a este post do Blasfémias:
  • Um condenado cumpre pena; depois de sair em liberdade, é um cidadão como outro qualquer, considerando-se que expiou os seus crimes, ou terá sempre limitações à sua insersão na sociedade?
  • Um cidadão indiciado por crimes lesivos da coisa pública deve poder candidatar-se ou exercer cargos públicos desde que é indiciado até ao final do julgamento?
Ou seja, tem um condenado das FP-25 direito a candidatar-se às autárquicas (ou a outro cargo público qualquer) depois de cumprir pena? E, assim sendo, não assistirá mais razão a Isaltino ou Valentim (já não falo de Avelino ou Fátima Felgueiras) para se candidatarem, uma vez que ainda não foram julgados, pelo que são inocentes até que se prove o contrário em sede própria?

A questão é moral, já que legalmente é tão clara que todos os aqui referidos são candidatos, como outro cidadão qualquer. E, sendo moral, não tem resposta objectiva. Na minha modesta opinião, nenhum se devia candidatar. Um porque devia resguardar-se da exposição pública (e não se expor nem expor desta maneira o partido por que concorre), os outros porque provariam que não dependem da coisa pública para viver.

Mas: todos eles são meros candidatos, ainda não foram eleitos. Essa tarefa, de os eleger ou não, cabe ao povo. Daí que nestas autárquicas venhamos (eu, pelo menos) a saber que povo realmente temos.

E, já agora, que moralidade tem Louçã para se insurgir contra os Isaltinos quando tem um ex-condenado das FP-25 numa das suas listas autárquicas? Definitivamente, é disto que o Bloco é feito.