TASCA DA ESTAÇÃO

13.3.05

Milho para pardais ou algo mais?

As primeias impressões deste PS de Sócrates são francamente positivas:
  • a assumpção frontal pela co-incineração, contra o lobby dos ecologistas e outros patetas alegres (dado curioso: Souselas votou maioritariamente PS);
  • a eficaz blindagem que revestiu todo o processo de formação do governo;
  • a integração de 50% de ministros independentes, com liberais na economia e finanças, descansando, pelo menos até ver, os que receavam uma guinada à esquerda, provando uma vez mais que, a ganhar o PS, teria que ser com maioria absoluta, para não ficar refém de PCP ou BE;
  • a frontalidade com que encarou as histéricas "mulheres socialistas", as quais foram capazes de muito berrar, mas já não conseguiram indicar uma mulher que fosse, capaz de ser melhor alternativa aos ministros homens. As mulheres ainda não perceberam (ou não querem perceber) que o sistema de quotas se limita a promover a mediocridade. Chega-se lá não por mérito, mas por quota. Por "direito adquirido", por assim dizer. Será que ainda não percebemos todos o mal que os "direitos adquiridos" fazem a este país? Será que as mulheres ainda não perceberam que não vão precisar de quotas, antes de alguma paciência, para chegarem lá, elas que já são maioritárias nas universidades? As inteligentes, já terão percebido. As outras, as feministas, limitam-se a berrar, para que nos demos conta que existem.
As primeiras impressões são boas, mas agora é que se vai ver. O primeiro grande desafio será, sem dúvida, resistir ao aparelho do partido, que é o mais clientelar, de longe, em Portugal. Vencido esse desafio, será mais fácil fazer as reformas necessárias na administração pública (e na máquina fiscal em particular), na justiça, etc. Depois, a correcção dos tiros errados terá que ser rápida: refiro-me concretamente a Alberto Costa e Mário Lino, que penso venham a revelar-se dois erros de casting. A partir daí, há que ter coragem e enfrentar os lobbies: médicos, professores, advogados, sindicatos, ecologistas, gays, mulheres, juízes, enfim, tudo o que cheire a corporação. A tarefa é gigantesca e não se concluirá numa legislatura, nem se calhar em dez. Mas alguém tem que ter tomates para a iniciar.