TASCA DA ESTAÇÃO

22.3.05

Quando os derrotados perdem o sentido do ridículo

O meu colunista favorito tem um grave defeito: é fanático do FêQuêPê. O que por vezes o leva a escrever crónicas tão ridículas quanto esta.

Primeiro: o McCarthy é tão bom jogador como caceteiro. Usa e abusa do cotovelo. Deu uma cotovelada intencional no Rui Jorge (que não se atirou exactamente para o chão a uivar) e por isso foi expulso e bem expulso. Até o José Couceiro concordou.

Segundo: a bola cortada com a mão pelo Seitaridis não ia directamente para a baliza: ia direitinha à cabeça do Liedson, que estava a 2 ou 3 m da linha de golo, e bem enquadrado com a baliza. Era, pois, uma jogada de golo iminente. Mandam as regras que, neste caso, a punição seja vermelho directo. As regras são claras, mas as interpretações que alguns fazem delas são mais mirabolantes do que a que Álvaro Cunhal fez do Pacto Germano-Soviético. O que, convenhamos, não deixa de ser extraordinário.

Terceiro: o FC Porto não existiu. Não jogou nada. Se o FC Porto tivesse jogado à bola, como lhe competia, talvez não tivesse perdido. O resto, são desculpas esfarrapadas. Perderam, e perderam bem. E antes de se preocuparem com os árbitros, deveriam preocupar-se com a destruição em tempo recorde de uma das mais fantásticas equipas que alguma vez passou pelo nosso futebol.