TASCA DA ESTAÇÃO

6.12.05

O poder do Capital

No caso, da Volkswagen. Os trabalhadores da AutoEuropa sabem que o seu finca-pé é infrutífero. Para bem deles, é bom que o saibam. É que a diferença de poder negocial faz deles uns David's ao pé do Golias, e neste caso o David não tem hipótese. É simples: a capacidade produtiva instalada da VW é hoje em dia excessiva, e por isso há fábricas que serão encerradas. A AutoEuropa tem neste momento garantida a produção do Cabrio. Ora, tal é insuficiente para manter a fábrica tal como ela é hoje: a AutoEuropa tem que ganhar a produção de outro modelo. E ganhar um modelo num construtor com capacidade de produção excedentária torna-se uma guerra de vida ou de morte entre as várias fábricas. Se a isto tudo somarmos o facto de a AutoEuropa representar um terço das nossas exportações, a conclusão disto tudo é simples: os trabalhadores terão que ceder mais uma vez, pois sabem que, se não o fizerem, arriscam o desemprego a curto ou médio prazo. Para a VW é igual: algumas fábricas irão fechar e só as mais competitivas sobreviverão.