TASCA DA ESTAÇÃO

23.1.06

Presidenciais - II

VENCEDORES:

  • Cavaco: Porque ganhou, como diria La Palisse, e isso chega. Ao contrário do que propala a esquerda, não vem aí nenhum golpe de estado, palaciano, constitucional ou meramente imaginário. Cavaco ganhou porque o povo gosta dele. E o povo é quem mais ordena. Por muito que isso custe aos auto-proclamados guardiães do 25 de Abril.
  • Alegre: Porque concorreu sem apoio de nenhum partido e esmagou o candidato do "seu" PS. Só não conseguiu - e por pouco - ir a uma segunda volta que faria o sapo do PCP em 1986 parecer microscópico ao pé daquele que o PS teria que engolir se quisesse derrotar Cavaco. O seu movimento cívico, por muito que ele diga o contrário, deve acabar aqui, mas os méritos, pese embora alguns disparates ditos na campanha, ninguém lhos tira.

VENCIDOS:
  • Soares: Não percebeu que, politicamente, pertence ao Século XX. Foi humilhado e não tinha necessidade absolutamente nenhuma de se ter sujeitado a isto. Sai da política pela porta pequena, o que não deixa de ser triste.
  • Louçã: Perde votos relativamente ao que o BE conseguiu nas legislativas e a sua candidatura foi simplesmente inconsequente. No discurso de derrota foi de uma demagogia inacreditável. Uma triste figura, só superada pela de Ana Drago, que considerou a vitória de Cavaco "a vitória amarga de Marques Mendes e Ribeiro e Castro". Como se vê, o BE continua a dar lições de democracia e fair-play!
  • PS: o seu candidato levou um tareão. Depois da desgraça das legislativas, a humilhação das presidenciais. Tem 3 anos para lamber as feridas e recuperar. Vamos ver.

NA MESMA:
  • Jerónimo: com mais votos que as sondagens faziam adivinhar, parece ter estancado a sangria de votos do PC. Vai sobrevivendo e, ou muito me engano, ou o BE vai sofrer um bom bocado às mãos do PCP nos próximos anos.
  • Garcia Pereira: fez o seu papel de candidato algo patusco. Não podia, nem queria, aspirar a mais.

Não me esqueci de Sócrates. Merece post à parte.