Um problema chamado Ratzinger
Esta questão tem duas partes.
Primeira: as afirmações de Ratzinger. Li algures um comentário sobre o facto de cardeal que chega a papa mudar de nome. E não é por acaso. Um cardeal pode ser professor, prefeito da Congregação da Fé ou de outra qualquer, secretário geral do Vaticano, patriarca ou nem isso. Mas não representa centenas de milhões de pessoas. Esse estatuto, só o Papa tem. E Papa é Papa, desde que é eleito até que abdica ou morre. Não deixa de ser Papa quando quer para voltar a sê-lo quando lhe dá jeito. E ser Papa é como ser chefe de estado. Aliás, é ser chefe de estado. Ora, um chefe de estado tem responsabilidades. Muitas. E não pode andar para aí com citações de textos que, no momento actual, são pura e simplesmente incendiárias (as citações, que o texto já tem uns bons séculos em cima). Nem pode dizer que quem as proferiu foi o cardeal, ou professor, ou seja lá o que for, para uma plateia de intelectuais. Não. Quem as proferiu foi o Papa, chefe da Igreja Católica Apostólica Romana. Pior: o texto citado não é exactamente brando para com Maomé e o Islão. Pior ainda: as coisas não andam muito bem com os muçulmanos. E não é de hoje. Pergunto: pode um Papa dar-se ao luxo de ser irresponsável a ponto de regar um fogo com gasolina? Pode um Papa alhear-se do facto de aquela situação poder ser descontextualizada e, daí, ser sujeita às mais diversas interpretações, até de quem não costuma ser exactamente razoável nestes e noutros assuntos? Poder, pode: já o fez. Mas não devia, e agora deve responder pelas consequências. Para já, apenas tivemos direito a desculpas esfarrapadas. Triste figura, a de Ratzinger.
Segundo: a resposta muçulmana. À irresponsabilidade de um respondem os outros destilando ódio e instigando à violência. Instigando e concretizando, incendiando igrejas e ameaçando tudo e todos. Lá vêm outra vez os gajos barbudos, de turbante e túnica, ameaçando o Ocidente de dedo em riste. Um é estúpido (prefiro pensar que é estúpido a pensar que citou aquele texto com intenção) e diz o que não deve, os outros às palavras respondem com a artilharia. Por estas e por outras é que, ainda assim, prefiro o Ratzinger a qualquer mullah.
Primeira: as afirmações de Ratzinger. Li algures um comentário sobre o facto de cardeal que chega a papa mudar de nome. E não é por acaso. Um cardeal pode ser professor, prefeito da Congregação da Fé ou de outra qualquer, secretário geral do Vaticano, patriarca ou nem isso. Mas não representa centenas de milhões de pessoas. Esse estatuto, só o Papa tem. E Papa é Papa, desde que é eleito até que abdica ou morre. Não deixa de ser Papa quando quer para voltar a sê-lo quando lhe dá jeito. E ser Papa é como ser chefe de estado. Aliás, é ser chefe de estado. Ora, um chefe de estado tem responsabilidades. Muitas. E não pode andar para aí com citações de textos que, no momento actual, são pura e simplesmente incendiárias (as citações, que o texto já tem uns bons séculos em cima). Nem pode dizer que quem as proferiu foi o cardeal, ou professor, ou seja lá o que for, para uma plateia de intelectuais. Não. Quem as proferiu foi o Papa, chefe da Igreja Católica Apostólica Romana. Pior: o texto citado não é exactamente brando para com Maomé e o Islão. Pior ainda: as coisas não andam muito bem com os muçulmanos. E não é de hoje. Pergunto: pode um Papa dar-se ao luxo de ser irresponsável a ponto de regar um fogo com gasolina? Pode um Papa alhear-se do facto de aquela situação poder ser descontextualizada e, daí, ser sujeita às mais diversas interpretações, até de quem não costuma ser exactamente razoável nestes e noutros assuntos? Poder, pode: já o fez. Mas não devia, e agora deve responder pelas consequências. Para já, apenas tivemos direito a desculpas esfarrapadas. Triste figura, a de Ratzinger.
Segundo: a resposta muçulmana. À irresponsabilidade de um respondem os outros destilando ódio e instigando à violência. Instigando e concretizando, incendiando igrejas e ameaçando tudo e todos. Lá vêm outra vez os gajos barbudos, de turbante e túnica, ameaçando o Ocidente de dedo em riste. Um é estúpido (prefiro pensar que é estúpido a pensar que citou aquele texto com intenção) e diz o que não deve, os outros às palavras respondem com a artilharia. Por estas e por outras é que, ainda assim, prefiro o Ratzinger a qualquer mullah.