TASCA DA ESTAÇÃO

7.1.07

Os juízes que temos

Um homem e uma mulher têm um momento de sexo. Daí resulta uma criança. A mãe entrega-a para adopção. Cinco anos - cinco - mais tarde, o pai biológico quer reaver a criança. Uma juíza do Tribuna de Torres Vedras dá-lhe razão. O pai adoptivo recusa-se a entregar a criança que o reconhece a ele como pai e vai preso, acusado de sequestro. Pelo meio, uns incidentes processuais que um juiz digno desse nome deveria saber destrinçar. Porque, se é para aplicar a lei cegamente, não precisamos de juízes para nada. A juíza não pensou no interesse da criança que, segundo a sua interpretação da lei, é inadoptável. Será. Mas a dita criança só conheceu como família a adoptiva. Que tem condições para a educar e sustentar. Pela reportagem que vi, o pai biológico não passa de um burgesso, quiçá até com algum atraso. A criança vai, pois, ser arrancada do seu meio familiar para ir viver com um tipo que nunca viu na vida. Provavelmente, acabará a lavar escadas ou pior. Desculpem-me, mas esta juíza é uma besta.