TASCA DA ESTAÇÃO

23.2.08

Ingrid Betancourt

Faz hoje 6 (seis) anos que uma cidadã livre foi raptada e, desde aí, mantida em cativeiro. Sem ter cometido qualquer crime à luz da lei do país onde vivia, sem ter sido julgada, sem nada. Apenas porque um grupo de bandidos que alguns têm a distinta lata de designar por "combatentes da liberdade" assim decidiu. A essa gente que trata as FARC como se de pessoas de bem se tratasse (sim, o PCP, que incapaz de aceitar o que se passou no início dos 90, se agarra agora a grupelhos de bandidos e traficantes) repugna que um sindicalista tenha sido condenado por participar em manifestação ilegal, mas é-lhes totalmente indiferente que uma pessoa seja arbitrariamente raptada e mantida em cativeiro no meio de uma selva tropical durante 6 anos, em permanente movimento e sabe-se lá em que condições. Curiosa, a noção de liberdade que essa gente tem. Mas, a bem dizer, isso nem é surpresa.

Seis anos é muito tempo. Ingrid Betancourt nunca os recuperará. E, como ela, todos os outros, certamente menos mediáticos, que a acompanham na sua sorte. Gente livre que um dia foi privada dessa liberdade sabe-se lá porquê.

Os nossos "antifascistas", que tanto gostam de alardear o estatuto, como se isso os colocasse acima do comum dos mortais, deveriam pensar nisto. É que não os ouço falar disto.