Mais quatro anos a aturá-lo
Nota Prévia: esta coisa de postar com actualidade não é para mim, que tenho vida fora disto, pelo que se avisam os estimados clientes que esta sandes de bacalhau já é de ontem
E aconteceu o que era tristemente previsível: o Bush ganhou. Sem espinhas e em toda a linha, com mais 3 milhões e tal de votos que o Kerry. Como nunca fui daqueles que o apelidaram de "presidente não eleito" (embora o tenha apelidado de coisas muito piores, e tenciono continuar), sempre estou para ver os sapos que muitos e bons personagens da nossa praça vão engolir. Nada a que não estejam habituados... Curiosamente, o anacrónico sistema eleitoral norte-americano ia, desta vez, favorecendo o Kerry. Com efeito, se Kerry ganhasse no Ohio teria mais "grandes eleitores" e menos 3 milhões de votos populares. De onde se prova que este sistema não foi feito para favorecer os Republicanos. Foi, isso sim, feito numa altura em que o conceito de democracia não era ainda o que é hoje. Estupidamente, nunca foi alterado, prestando-se a aberrações como a que aconteceu há quatro anos e por pouco não acontecia agora. Deixa por isso a américa de ser uma democracia? NÃO-ponto-final-parágrafo.
Dito isto, ficou claro que foi o medo que venceu. Resultou em pleno a hábil cultura da paranóia levada a cabo pela Administração Bush e respectivas agências de segurança durante estes últimos quatro anos, com avisos periódicos da iminência de ataques terroristas, que culminaram com uma (oh, coincidência!) mensagem do Bin Laden mesmo antes das eleições. Para favorecer quem? Bruxo! Aquele para quem a captura do Bin Laden significa o esgotar das ideias. O fim da estrada. Como no final do Finding Nemo: "e agora"? A América treme de medo enquanto proclama orgulhosamente a sua força.
Geograficamente, vemos que a América profunda, a bible belt ignorante e tão racista quanto temente a Deus, votou em massa no Bush. Já os estados do litoral votaram Kerry. E, não por acaso, são estes estados os mais ricos, os mais prósperos e, no fundo, aqueles que fizeram da América o que ela é hoje.
Não quero fazer prognósticos: sei que o Bush, se tiver alguém inteligente que o aconselhe, tem a oportunidade única de, com Arafat à morte, ficar na história como o pacificador do médio oriente. Mas será que um "presidente de guerra" (que nervos!!!) é capaz de tal desiderato? Duvido. Quanto ao Iraque, não sei, não quero saber e teria raiva de quem sabe, se alguém soubesse. Fica também por saber onde será a próxima guerra, porque que os EUA se meterão noutra é quase certo, inventando um pretexto qualquer, que pode ser tão mentiroso como a palhaçada das armas-de-destruição-em-massa-que-afinal-o-Saddam-já-não-tinha-
-mas-podia-querer-voltar-a-ter. A menos que a coisa no Iraque descambe definitivamente.
Para terminar, uma curiosidade: a cidade que mais sentiu o terrorismo votou massivamente, como sempre, no candidato democrata. Não percebo. Talvez alguma alma iluminada que, por acaso, tombe neste reles estabelecimento, faça o favor de me explicar.
E aconteceu o que era tristemente previsível: o Bush ganhou. Sem espinhas e em toda a linha, com mais 3 milhões e tal de votos que o Kerry. Como nunca fui daqueles que o apelidaram de "presidente não eleito" (embora o tenha apelidado de coisas muito piores, e tenciono continuar), sempre estou para ver os sapos que muitos e bons personagens da nossa praça vão engolir. Nada a que não estejam habituados... Curiosamente, o anacrónico sistema eleitoral norte-americano ia, desta vez, favorecendo o Kerry. Com efeito, se Kerry ganhasse no Ohio teria mais "grandes eleitores" e menos 3 milhões de votos populares. De onde se prova que este sistema não foi feito para favorecer os Republicanos. Foi, isso sim, feito numa altura em que o conceito de democracia não era ainda o que é hoje. Estupidamente, nunca foi alterado, prestando-se a aberrações como a que aconteceu há quatro anos e por pouco não acontecia agora. Deixa por isso a américa de ser uma democracia? NÃO-ponto-final-parágrafo.
Dito isto, ficou claro que foi o medo que venceu. Resultou em pleno a hábil cultura da paranóia levada a cabo pela Administração Bush e respectivas agências de segurança durante estes últimos quatro anos, com avisos periódicos da iminência de ataques terroristas, que culminaram com uma (oh, coincidência!) mensagem do Bin Laden mesmo antes das eleições. Para favorecer quem? Bruxo! Aquele para quem a captura do Bin Laden significa o esgotar das ideias. O fim da estrada. Como no final do Finding Nemo: "e agora"? A América treme de medo enquanto proclama orgulhosamente a sua força.
Geograficamente, vemos que a América profunda, a bible belt ignorante e tão racista quanto temente a Deus, votou em massa no Bush. Já os estados do litoral votaram Kerry. E, não por acaso, são estes estados os mais ricos, os mais prósperos e, no fundo, aqueles que fizeram da América o que ela é hoje.
Não quero fazer prognósticos: sei que o Bush, se tiver alguém inteligente que o aconselhe, tem a oportunidade única de, com Arafat à morte, ficar na história como o pacificador do médio oriente. Mas será que um "presidente de guerra" (que nervos!!!) é capaz de tal desiderato? Duvido. Quanto ao Iraque, não sei, não quero saber e teria raiva de quem sabe, se alguém soubesse. Fica também por saber onde será a próxima guerra, porque que os EUA se meterão noutra é quase certo, inventando um pretexto qualquer, que pode ser tão mentiroso como a palhaçada das armas-de-destruição-em-massa-que-afinal-o-Saddam-já-não-tinha-
-mas-podia-querer-voltar-a-ter. A menos que a coisa no Iraque descambe definitivamente.
Para terminar, uma curiosidade: a cidade que mais sentiu o terrorismo votou massivamente, como sempre, no candidato democrata. Não percebo. Talvez alguma alma iluminada que, por acaso, tombe neste reles estabelecimento, faça o favor de me explicar.