TASCA DA ESTAÇÃO

22.3.05

No Turquemenistão não há armas de destruição em massa

Tal como no Iraque, aliás. Mas no Turquemenistão mora um louco furioso que, para desdita dos turquemenos, "governa" o país. Atende a dita criatura pelo nome de Saparmurat Niazov e, depois de medidas inofensivas como rebaptizar meses e dias da semana com nomes de familiares e outros, resolveu agora passar às coisas sérias. Vai daí, lembrou-se de mandar fechar todos os hospitais do país, excepto os da capital. Ora, sendo o Turquemenistão um país grande(segundo a minha fonte, bastante maior que a Alemanha), com a rede de transportes que se imagina, está-se mesmo a ver o que esta medida significa. Sim, isso mesmo: GENOCÍDIO. Uma simples apendicite tornar-se-á mortal. Uma criança doente com uma simples virose será uma criança em grave risco de vida. De um AVC ou ataque cardíaco nem vale a pena falar. Imaginem o que era uma grávida de risco ir de charola de Miranda do Douro para Lisboa pelas estradas nacionais (já pelas auto-estradas e IPs seria surrealista).

Curiosamente, os Estados Unidos, tão pressurosos a atacar um ditador brutal, mas que, ainda assim, e sem que isso o redima, deu ao seu povo um nível de vida invejável para os padrões daquela região*, não têm uma palavra para outro ditador que não será tão brutal mas é infinitamente mais sádico, e cujo povo vive na mais absoluta miséria. Que diferença faz morrer gaseado (e, a propósito, não foi por isso que os EUA atacaram o Iraque) ou por negação de tratamento médico imediato?

Mas sabe lá Bush onde fica o Turquemenistão? Quer lá ele saber disso? E, já agora, a UE do nosso Durão Barroso, que tão rapidamente se prontificou a servir de lacaio de Bush, Blair e Aznar, também vai fechar os olhos a isto? E a ONU? Só tem olhos para Darfur e esquece o resto?

* obviamente, antes da primeira Guerra do Golfo e das sanções subsequentes