TASCA DA ESTAÇÃO

10.5.05

Mexer num ninho de víboras

É o que faz o Marques Mendes por estes dias, lutando para varrer do mapa autárquico criaturas como Isaltino Morais ou Valentim Loureiro. Lutando, não tanto contra os próprios, mas sobretudo, o que é mais grave, contra as estruturas locais do partido, nomeadamente no caso de Gondomar. Com efeito, não são as atitudes de Isaltino ou de Valentim que surpreendem: o contrário, isso sim, é que seria de fazer cair o queixo. O que surpreende (a mim, que sou um ingénuo) é a atitude das distritais e concelhias, pactuando com situações destas.

Para mim, é muito simples: os homens são arguidos em processos criminais e, por isso, não têm condições de se candidatar a cargos públicos. É uma questão de princípio. Ou, no caso, de falta dele.

É preciso ter tomates. É que o PSD arrisca-se a perder aquelas duas câmaras (já para não falar de Lisboa, mas aí acho que o Carmona tem mais hipóteses que teria o Calimero) e, por conseguinte, a presidência das Juntas Metropolitanas de Lisboa e Porto. Seria mais fácil olhar para o lado: de certeza que o aparelho agradecia, se não aplaudisse. Assim, se perder, fica em maus lençóis. Mas, de certeza, de consciência limpa. Chapeau.

P.S: Gostava de ver o Sócrates ter atitude semelhante. É que lixo autárquico abunda também por aquelas bandas. Oh, se abunda!