Coisas que ficaram por dizer nos últimos dias (I)
Comecemos pelos 70 % de chumbos nos exames de matemática do 9º ano. Mais uma razia, nada de novo no horizonte: os nossos meninos continuam a recusar-se a usar os neurónios que deus lhes deu, alguns aceito que por burrice pura e dura, mas a maioria porque não passam de uma cambada de coirões a quem todos, pais, professores e sistema - este em sentido lato, mas excluindo a vertente futeboleira, que é exclusiva do Dr. Dias da Cunha - vêm desde há 30 anos para cá aparando todos os golpes. Hoje em dia, se o menino se recusa a pensar, pois que não pense, pois logo o psicólogo e o sociólgo vêm alertar contra os mil perigos e traumas que advêm de obrigar o menino à desumana tarefa de fazer uma equação de 1º grau sem ajudas.
De há 30 anos para cá tem-se vindo a refinar uma cultura do facilitismo que culmina (salvo seja: ainda não acabou) nisto: chumbar a matemática tornou-se in. Para a maioria dos nossos alunos, a matemática não conta, desde o primeiro momento. Nem se dão ao trabalho. Por isso, deixo aqui uma sugestão: quem chumba a matemática chumba o ano (idem para português, evidentemente).
Porque a coisa não acaba aqui: como a nota do exame só valia 30%, houve 70%, sim, mas de aproveitamento, uma vez ponderadas as notas. O que indicia uma outra desgraça também ao nível do corpo docente.
P.S.: devo ter tido sorte: tive um excelente prof de matemática do 7º ao 12º. Pouco dado a teorias, despachava a parte teórica em 5 minutos e o resto do tempo era para exercícios. No exame do 12º tirei 18.
P.S.2: para provar que a catástrofe é total, vejam este formulário de ajuda ao exame de Química do 12º ano (clicar para ver em tamanho legível):
Isto seria risível se não fosse sério: é que o que está no formulário é o básico dos básicos dos básicos dos básicos. Qualquer pessoa que estuda química sabe aquilo de trás para a frente desde o 8º ou 9º ano. Que mais falta fazer-lhes: escarrapachar-lhes a tabuada? Ou simplesmente dispensá-los de estudar e passá-los administrativamente?
De há 30 anos para cá tem-se vindo a refinar uma cultura do facilitismo que culmina (salvo seja: ainda não acabou) nisto: chumbar a matemática tornou-se in. Para a maioria dos nossos alunos, a matemática não conta, desde o primeiro momento. Nem se dão ao trabalho. Por isso, deixo aqui uma sugestão: quem chumba a matemática chumba o ano (idem para português, evidentemente).
Porque a coisa não acaba aqui: como a nota do exame só valia 30%, houve 70%, sim, mas de aproveitamento, uma vez ponderadas as notas. O que indicia uma outra desgraça também ao nível do corpo docente.
P.S.: devo ter tido sorte: tive um excelente prof de matemática do 7º ao 12º. Pouco dado a teorias, despachava a parte teórica em 5 minutos e o resto do tempo era para exercícios. No exame do 12º tirei 18.
P.S.2: para provar que a catástrofe é total, vejam este formulário de ajuda ao exame de Química do 12º ano (clicar para ver em tamanho legível):
Isto seria risível se não fosse sério: é que o que está no formulário é o básico dos básicos dos básicos dos básicos. Qualquer pessoa que estuda química sabe aquilo de trás para a frente desde o 8º ou 9º ano. Que mais falta fazer-lhes: escarrapachar-lhes a tabuada? Ou simplesmente dispensá-los de estudar e passá-los administrativamente?