TASCA DA ESTAÇÃO

27.6.05

O que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros?

Meteu gente a mais. Pelos vistos, gente que não se conhecia. Pior, com opiniões muito diferentes entre si. Um blogue colectivo tem que se lhe diga. Alguém, na minha tertúlia de amigos, sugeriu fazermos um blogue. Recusei liminarmente: prefiro a tertúlia do e-mail (que recorre a uma técnica muito simples: quem escreve envia a mensagem para todos os outros), e que resulta na perfeição desde 1997. Na minha modesta óptica, um blogue é pessoal e intransmissível.

Mas, uma vez na vida, compreendo o Daniel Oliveira: quando um dos meus amigos tentou incluir um amigo dele (e só dele) na tertúlia, opus-me. Porque aquilo é uma tertúlia onde todos são amigos de todos. Onde todos têm imensa confiança uns com os outros, e onde o tipo de linguagem e de conversas está conforme a essa amizade e essa confiança. Um estranho deixar-me-ia constrangido e ainda hoje estou convencido de que procedi bem, pois acho que a tertúlia não teria durado muito mais.

Um blogue colectivo só resulta quando as opiniões de todos são muito próximas. E mesmo assim nem sempre resulta. O Barnabé quis ser diferente. E às primeiras divergências entre membros que não se conhecem entre si, estilhaçou-se. Depois do Daniel Oliveira, o Rui Tavares. Posso estar a agoirar, mas, parafraseando os REM, acho que é o fim do Barnabé tal como o conhecemos.