Blitzkrieg no Atlântico
A ferro e fogo. Foi assim que os Rammstein puseram o Pavilhão Atlântico, na passada Terça-Feira. Armados com um formidável arsenal de pirotecnia a acompanhar a sua sonoridade muito própria, ora extremamente melódica, ora de uma brutalidade arrasadora, os Rammstein ofereceram um espectáculo memorável a quem teve o privilégio de assistir. Definitivamente, o concerto do ano.
Notas de rodapé:
Notas de rodapé:
- Para um veterano do Dramático de Cascais, como eu, onde ir a um concerto e sair de lá sem andar à porrada, sem levar com um gajo em cima vindo de algures aos trambolhões ou sem ser atingido pelo vomitado de um metaleiro podre de bêbado era obra, os concertos de hoje em dia são mais assépticos que um hospital. Já nem a rosmaninho cheira! Já quando fui ver Marilyn Manson tinha notado isso. O tempora! O mores!
- O público é gente normal: no Dramático parecia que tinham saído todos debaixo das pedras, para onde regressariam após o concerto, e lá ficariam a medrar até ao próximo. Neste até o meu cunhado foi assistir com o fato e gravata com que tinha ido trabalhar! A presença feminina aproxima-se dos 50%. Eu, por exemplo, levei a patroa, que saiu de lá extasiada. Vão famílias inteiras: vi uns pais a saltar mais do que a filha, que teria aí uns 14 ou 15 anos, e vi-me daqui a 10 anos numa situação semelhante.
- Os écrans de telemóvel de 2ª e 3ª geração substituíram (definitivamente?) os isqueiros;
- Devo ter ficado ao lado de 90% das pessoas que em Lisboa sabem alemão. Senão, como explicar que toda aquela gente soubesse as letras de cor e não apenas os refrões? Empinaram as letras e cantam-nas sem saberem patavina do que estão a dizer? Ná...
- Em suma, o rock pesado entrou na mainstream. Metallica, Rammstein, Marilyn Manson e outros que tais, esgotam os recintos por onde passam. Bons tempos, estes, definitivamente.