TASCA DA ESTAÇÃO

18.6.06

Mundial 2006 - IV

E ao 9º dia fez-se luz. Não, não me refiro à vitórial lusa sobre o Irão. Jogámos bem, mas limitámo-nos a cumprir a nossa obrigação. Ou alguém aceitaria outro resultado que não a vitória?

Não, nada disso: refiro-me ao Gana-Rep. Checa. Apenas o melhor jogo do Mundial até agora, um hino ao futebol de ataque, ataque do Gana, sobretudo, e note-se que eles marcaram logo no primeiro minuto, sendo-lhes muito fácil abdicar do ataque. Qual quê!, aquilo mais parecia um rolo compressor, 11 pretos cheios de força e técnica, defendendo na perfeição e atacando com 3 homens bem abertos na frente. Os checos viam-nas passar, impotentes, e quando ficaram a jogar com 10, acabou-se. Bem podem agradecer ao Petr Cech terem perdido só por dois. Porque com outro guarda-redes teriam perdido por sete ou oito.

Era assim que o futebol devia ser jogado. Bem hajam, Black Stars.

16.6.06

Estúpidos, mas nem todos

Manda a verdade dos factos que reconheça que terei exagerado neste post. Afinal, ou devo dizer, finalmente, a classe dos professores começa a abrir os olhos e a perceber que a luta da Fenprof não é a sua. A Fenprof marca greves coladas a fins-de-semana e pontes. A Fenprof apoia o regabofe das faltas, dos artigos, das juntas médicas, dos horários zero. A Fenprof não apoia só o status quo: gostaria que TODOS os candidatos a professores dele beneficiassem. Os alunos? Quais alunos?

A propósito do horário zero, e dos professores que com ele ficam - e dos quais a Fenprof tanto gosta -, alegando falta de condições psicológicas, sempre gostaria de ver qual seria a reacção do meu boss se eu lhe aparecesse com uma conversa delas, a pedir para ficar sentado à secretária a ver mails ou a escrever no blogue, ou seja, para deixar fazer aquilo para que fui contratado e para que sou pago, mas a receber o meu ordenadinho por inteiro ao fim do mês. No mínimo dizia que eu era maluco, no máximo que eu era um ladrão e punha-me - e muito bem - no olho da rua. Ora, porque diabo há-de um professor, cuja função é dar aulas, ser pago para não o fazer?

É muito simples: não podem, não conseguem, não querem dar aulas, mudem de emprego. Lamento, mas ser professor com emprego para toda a vida não é, ou não devia ser, um direito. Como em tudo na vida, deveriam dar aulas os mais capazes para tal e não quem não consegue, ou não quer, ou não está para isso.

Isto não é uma defesa dos alunos. Porque para certos selvagens que frequentam as salas de aula, deveriam estar reservados tratamentos medievais adequados.

Mundial 2006 - III

Querem ver que a Argentina quer fazer nova excepção à regra de na Europa mandarem os europeus? Que festival deram hoje frente à Sérvia e Montenegro!! Se não queremos ser esmagados nos oitavos-de-final, é bom que eles não nos calhem.

Entretanto, no nosso grupo, frente a uma Angola que deve ser só a selecção mais fraca em prova, o México não conseguiu ganhar. Se os nossos jogadores tivessem pernas e cabecinha, amanhã ganhavam ao Irão e resolviam a questão da qualificação. Depois, e como os jogos do Grupo C são antes, era ver qual o resultado que mais nos convinha para não defrontar a Argentina. Mal por mal, antes a Holanda, que com esses ainda temos alguma chance.

15.6.06

Mundial 2006 - II

Dos 16 jogos da 1ª ronda consegui ver em directo 11 deles. Os outros vi resumidos ao fim da noite. Portanto, não perdi nenhum.

Entretanto, lembrei-me que o Mundial é na Europa, e que na Europa ganham sempre equipas europeias. A excepção já foi: Brasil, no Suécia-58. Portanto, o Brasil e a Argentina estão fora. Daí que, após ver a 1ª ronda, tenha seleccionado um lote de 5 favoritos:

- Alemanha (não jogam nada, mas jogam em casa e são a Alemanha);
- Itália (belo jogo contra o Gana!)
- República Checa (limparam os ianques como quem limpa o cu a meninos)
- Espanha (um tareão à Ucrânia, a jogar bem ainda por cima, e com o Raul no banco)
- Holanda (o Robben em grande forma e uma grande equipa)

Quanto à equipa de todos nós (menos do Miguel Sousa Tavares, do Vítor Baía e do Pinto da Costa, precisamente por esta ordem), até é capaz de chegar aos oitavos, mas daí não passa: cairá frente à Argentina ou Holanda. Porquê? Porque os outros são melhores, apenas isso.

Diálogo imaginário

Leio na Flash! que uma revista masculina inglesa tomou a Pimpinha Jardim pela Merche, obviamente na qualidade de namorada do Cristiano "Acne" Ronaldo.

Agora imagino eu a Merche perguntar, depois de alguém lhe ler a notícia:

- Mas o que é que aquela lambisgóia tem a mais do que eu????

Ao que eu responderia:

- Mamas...

10.6.06

Mundial 2006 - I

Falando em Mundial, este abriu com um golaço daqueles que dá gosto ver e rever, vezes sem conta. E o jogo de abertura teve seis golos, o que também é coisa rara e nunca vista. Para compensar, o Polónia-Equador foi uma xaropada.

Primeiras impressões:
  • Alemanha: correm muito, rematam bem, mas os centrais pura e simplesmente não têm rins; jogadores de jeito resumem-se a Ballack, Frings, Lahm e Klose; podem ir longe, mas só porque são a Alemanha;
  • Costa Rica: fraquinhos, só com um bom ponta-de-lança (Wanchope), que fez gato-sapato dos centrais alemães;
  • Equador: lentos, pastelões, mas chegou para ganhar; um bom central (Espinosa) e pouco mais; com a Polónia em estado de coma, devem passar aos oitavos;
  • Polónia: zero;

O país do pontapé na chincha

Linque interessante que ilustra na perfeição o modo de funcionamento das instâncias (adoro esta palavra!) do nosso futebolzinho de trazer por casa.

Ou muito me engano, ou em 2007/2008 teremos o regresso do já saudoso "alargamento"...

O país embandeirado

De novo. Bandeirinhas portuguesas nos táxis e carros em geral, e nas janelas e varandas. Com a nuance de também haver não poucas bandeiras brasileiras.

De certeza que essa gente toda não leu o mais recente Saramago, senão não as penduravam...

9.6.06

Desacreditados e estúpidos

Quarta-feira há greve de professores. Por acaso, quinta é feriado. Por mera coincidência, também, em Lisboa e Cascais (e não sei se em mais alguns concelhos), terça também é feriado. Claro que isto é mera coincidência. Aliás, a Fenprof é pródiga em arranjar estas coincidências. Não me lembro de greve de professores convocada pela Fenprof que não esteja colada a fins de semana ou feriados. Desta vez é tão obviamente escandaloso que a classe se dividiu. Bom princípio: para separar o trigo do joio, a união corporativista é o pior caminho.

Palavra que não compreendo os professores: não lhes basta andarem nas ruas da amargura por culpa alheia, ainda arranjam mais lenha para se queimarem. Cabeça perdida ou simples estupidez? Não será esta gente capaz de, ao menos naquilo que deles depende (e já é tão pouco), pugnar pela dignidade da classe?

O chá da esquerda

Ouvi hoje na TSF que o PCP e o BE foram os únicos partidos que ainda não foram a Belém apresentar cumprimentos ao Presidente da República.

É assim: uns têm educação, outros também não.

Menos um

Al Zarqawi já não está neste mundo. Felizmente para todos nós, gente civilizada e que não morre propriamente de amores por fanáticos religiosos que se entretêm a fazer reféns e a cortar-lhes a respectiva cabeça, de preferência com honras de cinema amador.

O mal desta história toda é que por cada Zarqawi eliminado, surgem dois iguais ou piores. Ou, se preferirem, por cada Saddam removido, surge um Zarqawi. Sim, convém não nos esquecermos do pecado original: Saddam era a rolha que mantinha o barril fechado.