TASCA DA ESTAÇÃO

29.11.04

A origem dos bebés

Um bocado de cultura geral não faz mal a ninguém. Não fazia a mínima. Obrigado, Pacheco Pereira.

O bebé prematuro

No Público de hoje:
Santana já tinha chegado mesmo a comparar o nascimento deste Governo ao de um bebé prematuro que teve que ir para a incubadora, "para ganhar direito à vida", mas que, em vez de ser acarinhado pela família foi logo tratado pelos "irmãos mais velhos" aos "estalos e pontapés".

Só me vem à cabeça o refrão de uma música do Jorge Palma:

"É a dança mais pungente / mão atrás e outra à frente / valsa de um homem carente"

Tadinho!

Um bom Domingo

Primeiro, os papagaios perderam. Que gozo me deu! E aquela ode à inépcia do Zahovic! Lindo!! Até o meu passaroco marcava aquilo, se eu o deixasse sair da gaiola!

Depois, a lagartage, sem o Douala, enfiou 4 nos ceguinhos de Moreira de Cónegos. Dois monumentos assinados pelo PiniGOL (o gajo andou a enganar-nos?) e pelo fabuloso Carlos Martins coloriram um jogo assim a dar para o fraquito.

De resto, o Paíto lá deu os buracos do costume. Também já se percebeu que o Beto é um dos intocáveis. Que outra razão para explicar a ida do Enakharire, que está em muito melhor forma, para o banco? O Barbosa não pode com o cu. Quando acelera, mostra o que vale, mas isso só acontece uma vez em cada século, quando a lua está na 8ª casa de Aquário (que sorte tão rara conjugação astrológica ter acontecido precisamente hoje, por um breve instante que permitiu ao Sporting marcar o 3-1 e sossegar de vez). E o Danny até é bom jogador, com um único problema: a bola atrapalha-o um bocado.

Nota final para o conforto do Alvalade XXI. Lá fora a chover, por vezes bem, e nas bancadas nem uma pinga. Um luxo! Fosse no velho Alvalade e tinha saído de lá que nem um pinto. Ou melhor, nem teria ido.

27.11.04

Morreu, mas ainda ninguém lhe disse

O PCP, quero dizer. Não consigo dizer isso do velho líder histórico, por quem nutro uma admiração enorme. Será por uma questão de respeito a uma vida duramente sacrificada a uma causa, e à sensação, que apenas consigo imaginar, de ver tudo ruir quase de um dia para o outro. Mas Cunhal vive ainda, embora velho e doente. O PCP não. Morreu. Que Cunhal não tenha mais nada para dizer ao partido senão um bafiento "Viva o Marxismo-Leninismo!" eu entendo, e as razões deduzem-se do texto acima. Que o partido continue a seguir a mesma cartilha e a alinhar pela ortodoxia mais ortodoxa é que não dá para entender, a não ser devido a uma qualquer e inexplicável pulsão suicidária. O PCP é hoje um fóssil vivo, que permite a quem o quiser estudar a História de Portugal do Século XX. De resto, para nada mais serve, e acreditem que é com alguma tristeza que o digo.

25.11.04

Vómito, parte 69

Refiro-me obviamente ao processo da Casa Pia. Começou o julgamento e as TVs entraram novamente em histeria. Por mim, estou-me a borrifar. Só quero saber o teor das sentenças para então tirar as minhas conclusões. Até lá, acho que não vou ver TV (assim como assim, já não vejo grande coisa, que a outra ocupa-a a 95% com o Rei Leão & cia lda). Pode ser que, não vendo estas coisas nem os membros do Governo, o meu astral melhore. Chiça, penico!

Má repartição

De golos, está bom de ver. Se fosse possível transferir golos, tirávamos 1 dos 6 que demos ao Boavista e teríamos ganho em Aveiro. Bem, também teríamos ganho se o Ricardo tivesse feito a sua obrigação, mas adiante. Hoje demos 4 a uns ceguinhos georgianos que são assim como o Benfica e recordam com saudade o tempo em que foram campeões da URSS. Espero que não façam falta para o jogo com o Moreirense.

20.11.04

Mais uma barreira franqueada

... a das 100 visitas! A Tasca tem público. Poucos, mas bons! Bem hajam.

Ah, gandas tugas!

O on-line do Público saiu-se com esta pérola, anteontem: Da Weasel ganham prémio da MTV Europa. Tudo muito bonito se não fosse o caso de a banda concorrer na categoria de... melhor grupo português!!!
Já nem o Público se safa! Arre diabo!!!

Dasex do dariz

Pela primeira vez na vida vacinei-me contra a gripe. Pois estou com uma puta duma carraspana que nem vejo nada. Ora foda-se!!

17.11.04

Correcção

... afinal o Benfica ainda não foi recebido pelo Governo. Mas, segundo a bíblia, sê-lo-á, não por um, senhoras e senhores, mas por dois!, dois ministros!!! Ou melhor: por um ministro (Daniel Sanches, MAI) e por um ministro-adjunto (Henrique Chaves).

Que a atitude do Benfica era de um ridículo atroz já tinha dado para perceber. Que o governo ir a reboque e receber o Benfica (pelos motivos em causa) era de um ridículo semelhante. Agora, DOIS governantes não terem coisa mais importante que fazer do que ouvir o Benfica, na pessoa do seu presidente, a queixar-se de um árbitro que, como se viu nesta última jornada, é simplesmente (e não tendenciosamente) mau, é de deixar uma pessoa de queixo caído.

Está tudo doido, não está?

16.11.04

Felizmente para eles, não mata

O Benfica, na mui ilustre e bem formada pessoa do seu presidente, foi dar conta ao governo do escândalo que, segundo a Instituição, constitui o facto de o FC Porto ir à frente do campeonato, devido a uma vil arbitragem de um tal de Olegário Benquerença que, para 6 milhões de portugueses eXpoliados (assim o pronuncia o presidente), deveria ser queimado vivo, em fogueira acesa em pleno Terreiro do Paço, assim servindo de exemplo a todos esses vis bois, antes pretos, agora de todas as cores, que ousem nem que seja pensar em afrontar o Glorioso*.

Sinceramente, não sei que figura é a mais triste: se do presidente de 80 ou 90% dos Benfiquistas (os que não votaram, consentiram, CERTO?), se do membro do governo que os recebeu (nem sei quem foi, nem me interessa).

Felizmente para ambos, o ridículo não mata.

*de glórias há muito passadas

Condoleeza

Tenho por norma desconfiar de solteironas. Se ninguém lhes pega é porque dali não sai coisa boa. Se a isso somarmos um fervor religioso a roçar o fundamentalismo e pusermos a criatura num lugar de poder, não podemos augurar nada de bom. Além disso, não gosto daquela falha entre os incisivos. Não tem dinheiro para pagar um bom dentista? Finalmente, a cereja em cima do bolo: quem confia numa Secretária de Estado de nome "Arroz"?

Está bonito, isto...

Outro...

Mais um assassino bêbado em contramão na auto-estrada. Desta vez a coisa acabou bem e o animal foi detido. Mas foi logo posto em liberdade, e o mais incrível é que pode continuar a conduzir até (espera-se) ser condenado. Pior: ao ser detido, teve a distinta lata de se queixar da "sinalização insuficiente". Não era de lhe desfazer a tromba à biqueirada? Arre diabo, fazem-nas e ainda gozam com isso! Será que o MP tem tomates para o acusar de homicídio qualificado na forma tentada, por forma a que a besta vá bater com os costados na pildra durante um bom par de anos? E que o juiz que o julgar tenha o bom senso de não lhe suspender a pena? Haja esperança: temos o precedente da criatura que matou 4 no IC1 e acabou, e bem, condenado a 25 anos.

15.11.04


Blitzkrieg no Atlântico. Uma imagem. As pintinhas visíveis na parte inferior são na realidade luzes emitidas pelos écrans de telemóvel. Posted by Hello


Fim de tarde nas Avencas. Boa vida nunca fez mal a ninguém Posted by Hello

Até o Pinilla marcou!

O que me deu cabo do texto que tinha pensado para este post enquanto via o jogo, e que basicamente deveria dizer algo como Pinilla: zero.

Até fiquei enfartado. Cheguei a casa e tomei um Alka-Seltzer.

Notas:
  1. O Beto vai aquecer banco durante uns tempos. A menos que o critério não seja o de jogarem os melhores;
  2. Este "onze" ganha jogos e farta-se de marcar golos; no Dragão, o Peseiro inventou e levámos 3 na pá;
  3. O Paíto parece que tem tábuas nos pés. Confrangedor! Até o Ouattara controlava melhor a bola!
  4. O Liedson é um GRANDE jogador! Aquele golo é monumental. Sim, o passe do Roca também é excelente.
  5. Não temos banco. As substituições esfrangalharam a equipa. Mas como já estávamos a dar quatro, e do outro lado já estava tudo de rastos, nem se notou muito...

14.11.04

Hercolubus

Volta e meia aparecem por aí uns cartazes a anunciar um livro de um tal de R.V. Rabolú sobre um planeta vermelho (acho que é vermelho), de nome Hercolubus que vai colidir com a Terra. Ele, de facto, há gajos que não têm mais nada que fazer. Primeiro, um tipo chamado Rabolú não augura nada de bom. Rabolú rima com Marilú e portanto, está-se mesmo a ver o fundo à... panela. Depois, a história do planeta, enfim, deve ser abaixo dos mínimos olímpicos. Quem diabo comprará aquilo? Os populares (adoro este termo! é tão pejorativo!) que se levantam às 5 da matina para ir para a Boa-Hora insultar o Carlos Cruz, talvez?...




Fantasmagorias
Posted by Hello

Por falar em estacionamento...

Fico doido com a incapacidade do tuga em estacionar perpendicularmente ao passeio. Invariavelmente, os carros acabam a fazer um ângulo algures entre os 45 e os 75 graus. Inevitavelmente, acabam por ocupar não apenas o lugar que lhes caberia, mas também o do lado.

O tuga é assim mesmo. Resolve o problema dele e está-se a cagar para os outros. A isto chamo falta de educação. Em cima disto é que a bófia devia andar. Porque o tuga é como as criancinhas: só aprende à chapada. No caso, traduzida por uma boa multa.

Curioso, ou talvez não: os piores são, não forçosamente por esta ordem, as mulheres e os condutores de topos-de-gama. É em detalhes como este que se percebe porque é que, lá fora, a cotação da nossa classe gestora anda pelas ruas da amargura...

Situações

Sempre me interroguei por que carga de água a bófia, sempre de caneta afiada a passar multas de estacionamento por dá cá aquela palha em locais onde lugares de estacionamento são miragem, ignora olimpicamente situações diametralmente opostas, as quais lhe poderiam render boa maquia.

Refiro-me, em concreto, às Docas e ao Corte Inglés. Outros exemplos haverá, digo eu. Nas Docas, por exemplo, é um escândalo: parques às moscas e passeios e bermas invadidas por forretas que se recusam a pagar 1 ou 2 euros para estacionar o seu Audi A6 ou o seu BMW 530. No Corte Inglés é a mesma pouca-vergonha, carros amontoados cá fora e o parque (com uma entrada abaixo de qualquer classificação, diga-se) meio vazio.

Ora, é numa situação deste tipo que a polícia pode, e deve, actuar. Não onde o estacionamento é anárquico por falta de lugares disponíveis. Reconheço o direito ao estacionamento grátis na zona da residência. Não numa zona de lazer. Aí, quem quer paga, quem não quer, ou não vai, ou vai a pé.

Os suspeitos do costume...

... já vão à frente. O balão papagaio começa, como uma fatalidade há muito escrita nas estrelas, a esvaziar-se. A lagartage? Caiu das nuvens há coisa de uma semana. Daqui a bocado lá vou eu para mais uma sessão de nervos...

13.11.04

Blitzkrieg no Atlântico

A ferro e fogo. Foi assim que os Rammstein puseram o Pavilhão Atlântico, na passada Terça-Feira. Armados com um formidável arsenal de pirotecnia a acompanhar a sua sonoridade muito própria, ora extremamente melódica, ora de uma brutalidade arrasadora, os Rammstein ofereceram um espectáculo memorável a quem teve o privilégio de assistir. Definitivamente, o concerto do ano.

Notas de rodapé:
  1. Para um veterano do Dramático de Cascais, como eu, onde ir a um concerto e sair de lá sem andar à porrada, sem levar com um gajo em cima vindo de algures aos trambolhões ou sem ser atingido pelo vomitado de um metaleiro podre de bêbado era obra, os concertos de hoje em dia são mais assépticos que um hospital. Já nem a rosmaninho cheira! Já quando fui ver Marilyn Manson tinha notado isso. O tempora! O mores!
  2. O público é gente normal: no Dramático parecia que tinham saído todos debaixo das pedras, para onde regressariam após o concerto, e lá ficariam a medrar até ao próximo. Neste até o meu cunhado foi assistir com o fato e gravata com que tinha ido trabalhar! A presença feminina aproxima-se dos 50%. Eu, por exemplo, levei a patroa, que saiu de lá extasiada. Vão famílias inteiras: vi uns pais a saltar mais do que a filha, que teria aí uns 14 ou 15 anos, e vi-me daqui a 10 anos numa situação semelhante.
  3. Os écrans de telemóvel de 2ª e 3ª geração substituíram (definitivamente?) os isqueiros;
  4. Devo ter ficado ao lado de 90% das pessoas que em Lisboa sabem alemão. Senão, como explicar que toda aquela gente soubesse as letras de cor e não apenas os refrões? Empinaram as letras e cantam-nas sem saberem patavina do que estão a dizer? Ná...
  5. Em suma, o rock pesado entrou na mainstream. Metallica, Rammstein, Marilyn Manson e outros que tais, esgotam os recintos por onde passam. Bons tempos, estes, definitivamente.


Está giro, isto

O Barnabé anda completamente pegado com a malta d'O Acidental. É giro ver a extrema-esquerda às turras com a extrema-direita. Espero que a coisa não descambe. É que uma pega deste género deu cabo de um belo blog.

11.11.04

A morte de um combatente

Tenho tendência para simpatizar com gente como Yasser Arafat. Gente que sacrifica uma vida inteira por uma causa, abraçando-a a tal ponto que se torna uma obsessão.

Arafat lutou por uma causa legítima (o direito do povo palestiniano a ter uma pátria), recorrendo aos meios que na altura entendeu legítimos. Podem (devem!) contestar-se esses meios, embora não devendo esquecer-se que os fundadores do Israel moderno usaram os mesmíssimos meios na luta pela sua causa. E se um erro não justifica outro, também não podemos usar dois pesos e duas medidas quando meio (terrorismo) e fim (criação de um estado) são exactamente idênticos.

Arafat nunca desistiu perante as enormes adversidades que encontrou. Perseguiu o sonho de um Estado Palestiniano, envolvendo-se de tal maneira que acabou por perder jogo de cintura, tendendo rapidamente a extremar posições. Aqui chegados, é altura de dizer que do outro lado não estão, nem nunca estiveram, propriamente anjinhos papudos. Os extremismos foram, e são, de parte a parte.

Arafat era, pois, já parte do problema. Metade, mais exactamente. A outra metade é a actual classe dirigente israelita, encabeçada por um Ariel Sharon que tem tanto ou mais sangue nas mãos do que Arafat tinha. E essa metade está viva e bem viva.

É, contudo, inegável que o desaparecimento de Arafat abre perspectivas inéditas de entendimento no Médio Oriente, pese embora a extrema complexidade de toda a situação. Assim o queiram Sharon e a sua clique de terroristas de estado, agora, como antes já o estiveram, envoltos em peles de cordeiro. Assim consiga a nova liderança palestiniana controlar os fanáticos terroristas que nas ruas dão cabo de tudo o pouco que se consegue no papel.

Curvo-me, pois, perante a memória do velho combatente, morto numa cama de hospital, sem honra nem glória, e sem ter realizado o sonho que lhe comandou a vida. Normalmente é assim. Não sei porquê, mas é.


P.S.: Fixem isto: ou muito me engano, ou o obtuso George W. Bush vai ficar na história como o Grande Pacificador do Médio Oriente.

10.11.04

Rammstein

O concerto do ano. Merece um post com tempo, de que não disponho hoje. Há ali uma criaturinha burra de sono à espera que o pai lhe vá ler uma história. Prioridades.

Fodido é...

... almoçar no Hotel da Lapa pela primeira vez na vida e sair de lá com uma caganeira das antigas!!!

6.11.04

Mesiversário

Olha, a Tasca faz um mês hoje! Esta tasca virtual, que a Verdadeira, a Única, a Incomparável Tasca da Estação, essa já leva muitos e bons anos de vida. Essa tasca onde se come o estranho pitéu que dá pelo nome de sandes de bacalhau: uma boa posta do fiel amigo frita em ovo colocada dentro de um papo-seco (aquilo que os lisboetas chamam de carcaça). Acompanhe-se de um branco traçado para que o filme esteja completo.

Abençoados sejam o Sr. Zé e sua mulher: mereciam a chave da cidade. Ouviu, Dr. Frexes?

Detalhe

O Expresso noticia que a Constituição Europeia retira a Portugal a soberania sobre a sua Zona Económica Exclusiva. O mais espantoso da notícia nem é isso. É, sim, o facto de esse pormenorzinho de somenos ter passado ao largo de um Governo que tem um Ministro dos Assuntos do Mar, de nome Paulo Portas. Pergunta-se, o que anda a fazer o Ministro dos Assuntos do Mar, se não trata dos assuntos do mar? Provavelmente ocupado com assuntos prioritários, como estudar as especificações dos submarinos que comprou, ou redecorar o forte que escolheu para habitar. Ou a estudar a pose de estado em frente a um espelho. Ou a carpir as mágoas devidas à ingratidão dos ex-combatentes, esses mal-agradecidos que tanto defendeu e a quem atribuiu generosas pensões! Enfim, pensa que é só Ministro da Defesa.

Estamos entregues aos bichos, definitivamente.

4.11.04

Mais quatro anos a aturá-lo

Nota Prévia: esta coisa de postar com actualidade não é para mim, que tenho vida fora disto, pelo que se avisam os estimados clientes que esta sandes de bacalhau já é de ontem

E aconteceu o que era tristemente previsível: o Bush ganhou. Sem espinhas e em toda a linha, com mais 3 milhões e tal de votos que o Kerry. Como nunca fui daqueles que o apelidaram de "presidente não eleito" (embora o tenha apelidado de coisas muito piores, e tenciono continuar), sempre estou para ver os sapos que muitos e bons personagens da nossa praça vão engolir. Nada a que não estejam habituados... Curiosamente, o anacrónico sistema eleitoral norte-americano ia, desta vez, favorecendo o Kerry. Com efeito, se Kerry ganhasse no Ohio teria mais "grandes eleitores" e menos 3 milhões de votos populares. De onde se prova que este sistema não foi feito para favorecer os Republicanos. Foi, isso sim, feito numa altura em que o conceito de democracia não era ainda o que é hoje. Estupidamente, nunca foi alterado, prestando-se a aberrações como a que aconteceu há quatro anos e por pouco não acontecia agora. Deixa por isso a américa de ser uma democracia? NÃO-ponto-final-parágrafo.

Dito isto, ficou claro que foi o medo que venceu. Resultou em pleno a hábil cultura da paranóia levada a cabo pela Administração Bush e respectivas agências de segurança durante estes últimos quatro anos, com avisos periódicos da iminência de ataques terroristas, que culminaram com uma (oh, coincidência!) mensagem do Bin Laden mesmo antes das eleições. Para favorecer quem? Bruxo! Aquele para quem a captura do Bin Laden significa o esgotar das ideias. O fim da estrada. Como no final do Finding Nemo: "e agora"? A América treme de medo enquanto proclama orgulhosamente a sua força.

Geograficamente, vemos que a América profunda, a bible belt ignorante e tão racista quanto temente a Deus, votou em massa no Bush. Já os estados do litoral votaram Kerry. E, não por acaso, são estes estados os mais ricos, os mais prósperos e, no fundo, aqueles que fizeram da América o que ela é hoje.

Não quero fazer prognósticos: sei que o Bush, se tiver alguém inteligente que o aconselhe, tem a oportunidade única de, com Arafat à morte, ficar na história como o pacificador do médio oriente. Mas será que um "presidente de guerra" (que nervos!!!) é capaz de tal desiderato? Duvido. Quanto ao Iraque, não sei, não quero saber e teria raiva de quem sabe, se alguém soubesse. Fica também por saber onde será a próxima guerra, porque que os EUA se meterão noutra é quase certo, inventando um pretexto qualquer, que pode ser tão mentiroso como a palhaçada das armas-de-destruição-em-massa-que-afinal-o-Saddam-já-não-tinha-
-mas-podia-querer-voltar-a-ter. A menos que a coisa no Iraque descambe definitivamente.

Para terminar, uma curiosidade: a cidade que mais sentiu o terrorismo votou massivamente, como sempre, no candidato democrata. Não percebo. Talvez alguma alma iluminada que, por acaso, tombe neste reles estabelecimento, faça o favor de me explicar.

Uma noite feliz

A lagartage espetou 4 a uns gregos assim a puxar para o ceguinho e os papagaios enfiaram 3 no bucho. LINDO! É bem feita para o Trappatoni, que - ouvi-o eu hoje de manhã na Antena 1 - quis jogar para não perder. Que assim continue, é o desejo da família sportinguista. Do fundo do coração.

E, piano, piano, já levamos 5 jogos a ganhar. Mas calma, o Peseiro ainda não passou a bestial. Digamos que agora é um tudo-nada menos besta.

Agora, venha o Porto. Se não lhes ganhamos agora, nunca mais lhes ganhamos. É preciso é acreditar nisso, lagartage!!!

Peggy Sue casou-se

... e o Elton John vai casar-se...

... mas não num dos 11 estados americanos que hoje aprovaram emendas constitucionais com vista a impedir os casamentos gay.

3.11.04

Quem é que é estúpido?

Vale a pena ler este artigo, nem que seja para libertar algum do stress quotidiano (rindo às gargalhadas ou vituperando: eu prefiro a última, quiçá devido à minha doença sportinguista).

O Sr. Ribeiro Ferreira faz o quê na Velha Europa, onde só pode sentir-se um deslocado? Porque não emigra para a terra das oportunidades, para o coração do Alabama, onde, com sorte, moram apoiantes de Bush quase tão fervorosos quanto ele?

O Sr. Ribeiro Ferreira não percebeu nada e quem se cola a esta linha de pensamento também não. Quem lê o artigo pensa que o Kerry é comunista e que a Velha Europa está pejada de comunistas antiamericanos. Acho que nem o Bush iria tão longe. Chama-se a isto ser mais papista que o papa.

O Sr. Ribeiro Ferreira acha que a Velha Europa está pejada de ignorantes ingratos. Tadinho dele, infeliz iluminado em território tão hostil!

O Sr. Ribeiro Ferreira acha que a Velha Europa está de alma e coração ao lado dos terroristas palestinianos. O Sr. Ribeiro Ferreira está a gozar, não está? É que, se não está, está paranóico. Enfim, desde que fique inofensivo a escrever alarvidades deste e doutros calibres, está tudo bem...

Mas nem tudo é mau. Este artigo ilustra na perfeição o alinhamento dos europeus mais à direita com a primária "cartilha Bush": quem não está comigo, está com os terroristas. Falso, claro está. Mas explicar isso aos Ribeiros Ferreiras deste mundo é mais difícil do que encontrar uma puta virgem. Tarefa inglória, portanto.

Por fim, uma curiosidade: a cidade que mais sentiu o terrorismo continua a votar democrata. Não percebo. Talvez o Sr. Ribeiro Ferreira me possa explicar.