TASCA DA ESTAÇÃO

29.7.06

Powerbox

Instalei a Powebox da TV Cabo por causa do Mundial. Acabado este, dei por mim a explorar os canais só acessíveis a quem tem o dito aparelhómetro (pagando a correspondente quantia): Fox, Fox Life, Discovery Turbo, Discovery Science, Discovery Civilization. Esperta, a TV Cabo: estes canais são do melhor que se pode encontrar por cá. Entretanto, no pacote básico dão-nos canais de primeira linha como a TV Galiza ou o Gigashopping. Tá certo. Lamentações à parte, vou-me deliciando com as séries da Fox e Fox Life. Há quanto tempo não via séries! Desde que chegaram as TV privadas e a RTP se lhes quis colar na descida vertiginosa da qualidade da programação. Ao menos, agora vingo-me.

(certo, a 2 sempre foi dando alguma coisa, eu é que também perdi o hábito)

Já está a dar frutos

Refiro-me obviamente à contratação de Fernando Santos pelas papoilas saltitantes. Agora é só confiar que a dupla Vieira & Veiga será suficientemente teimosa para o manter no lugar até ao fim da época (pelo menos...)

21.7.06

O país do pontapé-na-chincha II

Correm rumores de que aquilo que eu disse aqui já esteve mais longe de se confirmar.

Parece que morreu um tal Rosa Casaco

Que arda no inferno, que neste mundo andou tempo demais.

19.7.06

Quem se lixa é sempre o mexilhão

A culpa é do Hezbollah, pois claro. Fanáticos islâmicos, ainda por cima apoiados pelos ayatollahs da Pérsia não são propriamente gente de bem. Há, no entanto, um pequeno detalhe: Israel é tudo menos inocente nesta história toda. Entretanto, o Líbano é meticulosamente destruído, sem dó nem piedade. Que aconteceu? 2 soldados israelitas foram raptados por uma milícia que o governo do Líbano não controla. A reacção de Israel foi assim do tipo "dás-me um beliscão e eu rebento-te os cornos à bastonada". E toca de entrar com tudo, Líbano adentro. Ou quase, afinal o exército ainda não cruzou a fronteira. O Hezbollah esconde-se entre os civis? Azar dos civis: as vossas casas foram declaradas alvos militares. Não O vosso andar: mas o do vizinho de cima, que é do Hezbollah. Por isso, fujam ou morrem. Por tabela, mas morrem na mesma. Ou, pelo menos, arriscam-se fortemente a. Convinha dizer a Israel que as regras do Direito Internacional também se lhe aplicam. E que não pode invadir países vizinhos sempre que lhesdá na real gana só porque lá se esconde uma milícia fanática que lhe faz cócegas de vez em quando. Ou alguém acredita que o Hezbollah é uma ameaça séria para Israel?

Claro que por detrás disto tudo estão os já referidos ayatollahs. Mas se Israel quer dar uma lição aos ayatollahs, meta-se com os ayatollahs directamente e deixe em paz os desgraçados dos libaneses.

12.7.06

Pós-Mundial - IV

Eu nem devia perder tempo com isto. Mas é demasiado obsceno para passar em claro. Refiro-me, obviamente, ao pedido formulado pelo inacreditável Madail, pressupõe-se que indo de encontro à vontade dos nossos artistas da bola e, de certeza com o acordo do respectivo Sindicato, para que os 50 mil euros que cada jogador recebeu de prémio fosse isentado de IRS.

Parece que a lei prevê coisa parecida para quem preste serviços relevantes à pátria. Desculpem, mas um quarto lugar (ou um primeiro que fosse) num Mundial de futebol não me parece um serviço relevante à pátria. Que ganhou o país? Ficou contente por uns dias e nada mais. O PIB sobe? Não. A nossa justiça melhora? Não. O défice reduz-se? Não. O IVA baixa? Não. O SNS deixa de ser um sorvedouro de dinheiro? Não. A educação sobe de patamar? Não. A Segurança Social equilibra-se? Não. O desemprego baixa? Não. Crescemos mais que a média europeia? Não. Então?

Tomo esta atitude como um insulto pessoal, e é porque não tenho nada que falar em nome dos milhentos trabalhadores por conta de outrem que todos os meses vêem uma bela fatia dos seus parcos ordenados ir direitinha para o IRS sem sequer lhes passar pelo bolso. E cuja maioria não ganha num ano os 50 mil euros que os meninos ganharam num mês, a título de bónus, sublinhe-se.

Como é possível que uns marmanjos que recebem milhões por ano sejam fuínhas ao ponto de quererem empochar mais 15 ou 20 mil euros com um expediente destes? Explica o presidente do Sindicato: é que jogador de futebol é profissão de desgaste rápido. Pois, para um gajo que não passa da Liga de Honra e que nunca recebe mais de 600 ou 700 contos por mês, eu ainda aceito. Agora para gandulos que ganham 100, 200, 300 mil euros por mês, fora direitos de imagem, contratos publicitários, cachets disto e daquilo, prémios de jogo, prémios de assinatura e sei lá que mais?

Tenham paciência: VÃO PRÓ CARALHO!

Pós-Mundial - III

Portugal:
  1. Tirando os adeptos portistas fanáticos, que incluem of course Miguel Sousa Tavares e Manuel Serrão, só para citar dois que têm direito a artigo de opinião em jornal, o Vítor Baía, o Pinto da Costa e poucos mais, ninguém pode achar que a Selecção ficou aquém das expectativas.
  2. Sim, Portugal jogou pouco, mas quem jogou bem, tirando o Gana contra a Rep. Checa e o Brasil?
  3. Sim, Scolari é uma mula teimosa e por vezes medrosa.
  4. Mas chegámos onde 28 não chegaram.
  5. Tomáramos nós que Portugal fosse o quarto país do mundo em outros domínios como o foi neste mundial: em PIB, em cuidados de saúde, em literacia, em qualquer dos muitos índices que medem a qualidade de vida, em investigação, em tecnologia, sei lá, digam, em gajas, sim, porque não também?
  6. Mas não: somos uns atrasados e ainda nos queixamos porque não somos os primeiros. Ambição tão desmedida soa a idiotice. Aliás, não soa: é.

Pós-Mundial - II

Alguém fará um dia o favor de me explicar como é possível ser atribuído o título de melhor jogador do Mundial a alguém que protagonizou a mais selvática agressão que me lembro de ver em jogos de futebol deste nível. Num torneio que elege o fair play como uma das suas bandeiras, esta
é uma decisão no mínimo surrealista. Mais do que isso, é escandalosa. Zidane foi o melhor jogador que pisou um relvado desde que Maradona deixou de o fazer. Futebolisticamente falando, foi o melhor jogador deste Mundial. Mas a última imagem que deixa enquanto futebolista é a da monumental cabeçada em Materazzi. E um jogador que agride outro da maneira que Zidane o fez não merece ser considerado o melhor jogador de coisa nenhuma. A não ser de Mortal Kombat ou coisa parecida.

Por coisas bem mais inofensivas, como sejam uns quantos mergulhos para a piscina, o Cristiano Ronaldo não foi considerado o melhor jogador jovem do Mundial. Não sei se o merecia, nem isso vem ao caso. Oh, imprescrutáveis critérios da FIFA...

Por falar em mergulhos, na final contei 3 do Zidane e 2 do Malouda, o primeiro dos quais deu origem ao penalty que, por sua vez, originou o golo da França. Mas que digo eu? Se nem uma monumental cabeçada no esterno do Materazzi demoveu a FIFA...

Pós-Mundial - I

Comecemos pela Itália, campeã com justiça. Num Mundial muito mal jogado, foi a melhor equipa, a mais equilibrada, com uma defesa de betão (Buffon, Zambrotta, Nesta, Materazzi, Grosso e o melhor central do mundo, Cannavaro), um meio campo de luxo (Pirlo, Gattuso) e atacantes com fartura (Gilardino, Totti, Del Piero, Toni), nem o exasperante hábito de querer decidir tudo no prolongamento ou nos penalties lhes tira mérito. Após o primeiro jogo, com o Gana, vi ali um candidato à séria. Confirmou-se.

11.7.06

Shine On You Crazy Diamond



Syd Barrett
1946-2006

9.7.06

Allons enfants de la patrie...

... le jour de l'enculement est arrivé.

Por estes dias escreverei sobre o Mundial. Hoje não. Quero desfrutar da imagem das trombas do Domenech no final da Final. E adormecer com um sorriso nos lábios.

5.7.06

Mundial 2006 - VIII

Comecemos por dizer que a França mereceu ganhar. Foi sem espinhas, nós nem cócegas lhes fizemos, incapazes de pressionar, de atacar, de massacrar. Nada: parecia que o jogo estava zero a zero ou que o um a zero era a nosso favor. O Deco, de magia só conseguiu fazer-se desaparecer do jogo, o Maniche fez um remate e pouco mais, o Pauleta idem, o Figo e o Ronaldo correram, mas só isso. Nem a balda do Barthez conseguimos aproveitar. A França não jogou nada, mas não foi preciso: um bocado sem saber como, apanharam-se a ganhar e a partir daí foi estacionar o autocarro e controlar. À séria, não ao pontapé para a bancada. Os velhos já não correm mas sabem muito. E nós tínhamos a obrigação de ter feito muito mais. Não fizemos, só temos que nos queixar de nós próprios.

Verdade se diga que foi um jogo de merda. Assim como o Portugal-Inglaterra, com uma diferença: desta vez o adversário marcou um golo.

A propósito de golo, FOI penalty sobre o Henry. Azar do Ricardo Carvalho, que chuta no ar com o pé direito e com o esquerdo atinge acidentalmente o Henry, que já cá anda há muitos anos e, esperto, mal sente o contacto deixa-se cair. Certo é que a falta existe.

A propósito de penalties, NÃO FOI penalty sobre o Ronaldo. Belo mergulho, merecia amarelo.

A propósito de mergulho, os jogadores portugueses pasasaram o jogo a dar razão aos jornalistas franceses. Contei uma boa meia dúzia de mergulhos para a piscina. Uma vergonha! Não precisamos disto, até porque não foi à conta dos mergulhos que chegámos onde chegámos.

E falando do árbitro, o discurso do costume: os portugueses (e o Scolari, e o Nuno Luz, e os tugas em geral) queixam-se do árbitro, que somos o parente pobre, que estávamos ali a mais, que se fôssemos poderosos estávamos na final, etc. Discurso de gente pequenina, incapaz de aceitar que Portugal perdeu o jogo por nunca ter tido soluções para o ganhar. O árbitro não influiu minimamente no resultado! Nada, nada, nada! Tive que sair da frente da TV, pois se não me enervei com o jogo, já estava a ficar fora de mim com aquela conversa de merda, típica do povo de merda que somos! E os SMS em rodapé, que raio de moda de dar tempo de antena e espaço de écran a atrasados mentais! São sempre os outros os culpados, somos uns desgraçados, não nos deixam, é uma injustiça, somos uns calimeros. Não vale a pena, e o futebol é só o espelho do resto.

Mudemos de assunto, para falar de coisas agradáveis: grande Zidane. Um regalo vê-lo jogar, uma pena vê-lo deixar de jogar. Repito: o melhor jogador da era pós-Maradona.

Domingo, estou pela Itália. Simplesmente porque não gosto dos "bleus", não gosto de franceses, estou farto de perder com franceses (mesmo que, como hoje, sem espinhas) e também porque a Itália foi até agora a melhor equipa do campeonato.

Merda de jogo: nem me deu ganas de torcer o pescoço a um francês. Pior: já dei os parabéns aos meus colegas franceses. Raisparta nisto!!!

Finalmente (agora que já destilei o veneno): acho que fizémos um campeonato excelente. Superámos todas as expectativas. Não fomos mais longe porque não conseguimos. Porque não nos deixaram. Não o árbitro, mas sim a França, o nosso adversário em campo. Custa perder? Pois custa. Agora, é pensar porque perdemos e partir para outra. Há um terceiro lugar para ganhar, e mais mundiais pela frente. E um dia ganharemos à França.

Já falta pouco...

E eu cheio de nervos. E o Petit que não joga. Não é por nada, mas sempre podia mandar o Zidane para o estaleiro. Pronto, pronto! Desejar que um caceteiro como o Petit envie para o estaleiro o melhor jogador que o futebol já viu depois do Maradona só pode ser devido aos nervos. Olha, que o rapaz esteja desinspirado e que o Makelele e o Vieira sintam os anos nas pernas.

E que Portugal ganhe!

E, mais importante ainda, que a França perca!

Mundial 2006 - VII

Fettucine para o jantar de domingo? Porque não?

3.7.06

Mundial 2006 - VI

Pois relativamente a esta posta, há que corrigir o tiro. OK, agora é fácil, ou é Portugal, ou a Alemanha, ou a Itália, ou os cabrões dos franceses. Certo certo é que eu tinha razão e o Brasil já não ganha. É assim, é regra e já teve a sua excepção: na Europa ganham os europeus.

De resto, dos "favoritos" Rep.Checa, Espanha e Holanda, tudo para casa sem apelo nem agravo. Os checos ficaram sem o Koller e foi um ar que se lhes deu, os espanhóis fizeram o costume, ou seja, ficar pelos "oitavos" e os holandeses, treinados por um tipo que eu tinha como um senhor do futebol, mas que afinal era simplesmente muito bom jogador, foram despachadinhos pela nossa Selecção.

Daquele lote, restam a Itália e a Alemanha. Quanto à França, faz-me lembrar a Itália de 1982: quase eliminados na primeira fase, foram crescendo, despacharam o Brasil e acabaram campeões. Livrem-nos todos os santinhos de tal sorte! Antes a Itália, com a quele futebol ranhoso, ou os boches.

E nós? Olha, porque não? Mas se ganharmos à França, já me dou por satisfeito.

Les bleus, encore une fois?

CARALHO! Os cabrões dos franciús outra vez não!! Ainda por cima despacharam o Brasil como quem limpa o cu a meninos, e estão em crescendo: o Zidane voltou a jogar à bola - e se ele sabe jogar à bola -, o Vieira e o Makelele estão em grande. Com o Ribery que, felizmente para ele, mas infelizmente para nós, está a jogar tão bem como é burgesso (viram-no hoje a dizer que o Scolari era bom jogador??), temos ali o chamado berbicacho.

Mas a França é para mim uma questão pessoal. Primeiro, porque já me enrabaram em 1984, sem vaselina. Segundo, porque em 2000 repetiram a dose, dessa vez com vaselina, mas com areia da praia. Doeu ainda mais. Terceiro: estava a trabalhar lá na altura. Quarto: trabalhava, e trabalho, numa empresa francesa, e não suporto a cagança daqueles gajos. Quinto: vou para França na quinta-feira. Imaginem se perdemos, acho que cancelo a viagem. Pelo contrário, se ganharmos, vou de cachecol bater à porta de certos gabinetes.

Basicamente, detesto tanto a Équipe de France como o Benfica. Bem, quase.

1.7.06

Mundial 2006 - V

Os bifes souberam bem.

Agora, venha o Brasil!